Bento José Lamenha Lins

Bento José Lamenha Lins, filho de Adolfo Lamenha Lins e de Maria Leonor Correa de Sá e Benevides. Bento Jose Lamenha Lins era neto do pacificador das revoluções da Confederação do Equador, que durou até 28 de novembro de 1824, quando as últimas forças foram vencidas pelo general Francisco Lima e Silva, tendo como seu braço direito o major Bento Lamenha Lins.
O pai, Adolfo Lamenha Lins foi Presidente da Província do Paraná entre 1875 e 1877.

Portanto, teve contato com a terra sulina em sua meninice, pois nasceu a 29 de agosto de 1866 no Recife, e veio para o Paraná, onde aprendeu algo mais do que os rudimentos de leitura e escrita.

Voltou ao Norte e com grande primor tirou seus preparatórios, para matricular-se na Faculdade de direito. Lá se formou, em 1887.

Suas convicções republicanas e suas ligações afetivas com o Paraná apontavam-no como pessoa capaz de representar o Governo Federal na Junta Governativa trina que, em situação provisória, dirigisse os destinos do Estado. Mas logo Lamenha Lins considerou o ambiente demasiadamente estreito e como não tivesse aspirações a exercer sua profissão de advogado, conseguiu a posição e inspetor de consulados brasileiros no Sul da Europa, e desde 1893 correu Portugal, Espanha, França, Itália e Áustria.

Embarca em 1865, no Recife com destino a Montevidéu, onde passa a guarnecer os navios da esquadra com a força do 14º Batalhão de Infantaria. Voltou ao Brasil quando Vicente Machado foi eleito presidente do Estado para auxiliá-lo no governo. Secretário de Estado nos Negócios do Interior, Justiça e Instituição Pública no último governo daquele estadista.
Havendo obtido licença em 29 de março de 1906 para tratar de sua saúde fora do território paranaense. Vicente Machado da Silva Lima, já vítima de pertinaz doença incurável, o Dr. João Candido Ferreira manteve-se à testa do governo na qualidade de primeiro vice-presidente.

Assistiu ao desenrolar dos acontecimentos políticos conseqüentes à morte de Vicente Machado, participou dos entendimentos que desaguaram na Coligação republicana e se elegeu deputado federal em 1912. Em 18 de abril desse mesmo ano, ele que se mantivera solteiro por tantos anos, terminou por casar-se com Helena Loyola Machado, viúva do chefe político paranaense que ele servira, prematuramente desaparecido.

Bento não era bonito de rosto, mas presença agradável, palavra atraente e maneiras de homem extremamente bem educado. De um diplomata, enfim. Muito querido no seu Estado adotivo, onde todos o apreciavam como homem culto, foi ao Rio de Janeiro para tratar-se e faleceu a 21 de novembro de 1922.

Biografia: História biográfica da república no Paraná, de David Carneiro e Túlio Vargas, 1994.
Ilustração: Theodoro de Bona e Dulce Ozinski.