Teófilo Soares Gomes

Teófilo Soares Gomes nasceu em Antonina, no Largo do Bom Jesus da Saivá, a 16 de fevereiro de 1854, filho de Manoel Soares Gomes, português, e Maria Gonçalves de Moraes Soares, nascida em Santa Catarina e filha do cel. Bento Gonçalves de Moraes Cordeiro.

Estudou primeiras letras na cidade natal e pôde desenvolver seus conhecimentos por esforço próprio, dedicando-se à literatura teatral, até chegar a ser um verdadeiro dramaturgo. Representadas com sucesso, suas peças mereceram, entre os louvores da crítica, abundantes aplausos.


Foram elas: “Os Milagres de N. Sra. do Pilar”, “O Quiromante”, “O Gererê”, “Xisto em uma Republica de Estudantes”, “O Lobishomem” e “Oh Ferro!”.

Pertencia À Sociedade Brasileira de Autores Teatrais e foi membro honorário do “Ateneu” de Valparaíso.

Cassado em primeiras núpcias com Maria Rosa Cumplido Soares, voltou a casar-se com Maria Rosa Araujo Soares.

Foi prefeito de Antonina e conseguiu contribuir grandemente para o adiantamento de sua terra. O Teatro Municipal, o ajardinamento da Praça da República, a construção de vários chafarizes, luz elétrica, foram alguns dos melhoramentos urbanos.

Industrial de visão, cresceu e venceu pelo trabalho, chegando a ser chefe político de prestígio. Como empreendedor industrial, implantou engenho central de arroz.

Administrador da Mesa de Rendas de Antonina, Fiscal da Arrecadação Geral do Estado, deputado ao Congresso Legislativo do Paraná, pela primeira vez, em 1891; chegando, mais tarde, a presidí-la.

Político influente e de popularidade, era temido, e foi preso entre outros partidários seus, na Cadeia de Paranaguá em 1893, durante os dias prévios ao ataque federalista à cidade litorânea.

Tomada Paranaguá pela Infantaria de Marinha Revolucionaria, somente um ponto resistiu brilhantemente. Foi a cadeia velha. Teófilo Soares Gomes interveio e obteve a rendição desse único ponto de resistência e dali saiu governador do Paraná revolucionário, o primeiro desse obscuro período de nossa história.

Os navios revolucionários eram o Republicano, o Urano, o Esperança e o Íris.

Tomadas as repartições públicas, o comércio voltou a funcionar, e a 15 de janeiro de 1894 o Governo Provisório se instalou.

A razão das prisões fora levante das forças de artilharia no dia 11 de janeiro, provocado pelos federalistas que instigaram a soldadesca ao levante.

A 16 a Câmara Municipal, presidida por Matias Bohn, se reuniu atendendo ao ofício nº1 do Comando das Forças Libertadoras, em que lhe ordenava “deliberar sobre a organização provisória do governo que terá de gerir os negócios deste Estado durante o período anormal que atravessava a nossa Pátria”.

Aclamado o cel. Teófilo para o cargo de Governador, ele prestou promessa legal e entrou em exercício, nomeando Secretário o tenente Francisco de Souza Melo e chefe de Polícia Alcides Pereira.

Foram distribuídos vários boletins e organizados os serviços públicos da cidade.

Somente quatro dias Paranaguá foi sede do Governo. A 21 de janeiro entrando em Curitiba as forças revolucionárias provenientes da Lapa e de Tijuca, dirigiu-se à Capital do Estado e entregou o Governo a João de Menezes Dória. Governou de 15 de janeiro a 21 do mesmo mês (1894). Foi comandante superior da Guarda Nacional de Antonina, Delegado do Ministério da Guerra para a organização do exército de segunda linha, prestando nesse setor inúmeros serviços. Chefe da comissão de colonização do Paraná, inspetor das rendas do Estado e fiscal do Governo junto a bancos locais, voltando a ser deputado estadual em várias legislaturas, desde 1903.

Faleceu em Curitiba, dia 26 de abril de 1935.

Biografia: História biográfica da república no Paraná, de David Carneiro e Túlio Vargas, 1994.
Ilustração: Theodoro de Bona e Dulce Ozinski.