Haroldo Leon Peres
Começou sua vida profissional como bancário. Depois, concluído o curso superior, dedicou-se à advocacia.
Transferiu residência para Maringá, Paraná, onde instalou banca de advogado e ingressou na política, na antiga União Democrática Nacional.
Militou igualmente no magistério como professor da Faculdade de Direito da Universidade de Maringá.
Fez incursões na iniciativa privada, tendo exercido cargos de direção na Cofebraz e Indopasa. Integrou os quadros da Associação Paranaense de Cafeicultura.
Elegeu-se deputado estadual (2 mandatos) e federal, tendo no exercício desses mandatos ocupado posições de liderança, graças à sua oratória fluente e incisiva. No plano estadual foi vice-presidente da Assembléia Legislativa, e no federal vice-líder da maioria, pela Aliança Renovadora Nacional.
Teve participação ativa na revolução de 1964, o que lhe valeu a simpatia das lideranças governamentais, inclusive pelos seus discursos veementes e inflamados na Câmara dos Deputados. Por ocasião da sucessão estadual em 1971, seu nome ganhou as preferências do Palácio do Planalto, referendado, posteriormente, pelas lideranças partidárias que davam sustentação ao governo. Eleito, por via indireta, tomou posse dia 15 de março de 1971, conclamando a sociedade paranaense ao diálogo e à participação.
Disse no seu discurso, naquele dia: “Governo é aproximação, diálogo, governo é soma, é entrosamento, é solidariedade, é participação. Buscarei o alcance da justiça, sob a tutela da lei, tanto aos pequenos e desavisados que a transgridem, quanto, e sobretudo, aos poderosos e ou detentores da autoridade pública que, por essa condição, têm obrigação de não atentar contra os interesses juridicamente protegidos do povo ou do Estado”.
Todavia, seu governo se viu mergulhado em permanentes crises.
Acusado de procedimentos ilícitos e em rota de colisão com lideranças influentes das áreas da política, do judiciário e da comunicação, defrontou-se com impasses que lhe obrigaram a renúncia. Questionado, mais tarde, sobre esse episódio, defendeu-se em entrevista à revista “Quem” (dez. 1979, nº 11): “Volto a reafirmar que eu nunca fui cassado, nunca fui processado, não existe contra mim, pelo menos não deve existir, porque senão eu teria sido notificado, nenhum processo pendente”.
Governou apenas sete meses. Dedicou-se ao magistério superior e à advocacia, onde começou sua carreira política.
Faleceu em Maringá no dia 16 de setembro de 1992.
Biografia: História biográfica da república no Paraná, de David Carneiro e Túlio Vargas, 1994.
Foto: Galeria do Salão dos Governadores do Palácio Iguaçu, reproduzida por Simone Fabiano.