José Bernardino Bormann

Nasceu em Porto Alegre (RS), no dia 26 de setembro de 1844, filho de pai alemão, Guilherme Bormann, e de mãe gaúcha, o décimo dos filhos do casal. Foi vice-presidente de José Pereira dos Santos de Andrade.

Iniciou-se, desde cedo, pela carreira das armas. Aos quatorze anos de idade alistou-se no exército, valendo-se de uma certidão do irmão mais velho. Estudou com padres em São Leopoldo (RS). Aprendeu os idiomas alemão e francês, os quais falava fluentemente. Partiu para a guerra em 1865, como alferes do 5º Batalhão de Voluntários da Pátria, tomando parte do sítio de Uruguaiana e em outras batalhas importantes. Foi promovido a primeiro tenente por atos de bravura. Ainda adolescente, tornou-se veterano nas campanhas bélicas. Terminado o conflito, fez curso de Estado-Maior. Bacharelou-se também em ciências físicas e matemáticas. Como ajudante de ordens do Duque de Caxias, viajou para a Europa, comissionado, em missões de especialização militar. Ao regressar, viu-se designado a fundar a Colônia Militar de Chapecó, permanecendo naquela região por dezesseis anos.

Destacou-se na literatura como historiador e pesquisador infatigável, além de escrever romances, comédias e dramas. Da sua vasta bibliografia constam: Dona Mariquinha de Passo do Carneiro, Os amores de D. João III de Portugal, Rosas e o Exército Aliado, História da Guerra do Paraguai, A Campanha do Uruguai, Biografia de Duque de Caxias, De Caxias a Mitre, A Batata de Leipzig, entre outras obras.

O Paraná lhe deve uma valiosa fonte de informações sobre a Revolução Federalista, graças ao seu livro clássico: “Dias Fratricidas”. Traduziu, ainda, outras obras, notadamente de caráter militar. Eleito vice-governador do Paraná governou interinamente o Estado de 02 de abril a 15 de maio de 1899. Pertencia ao Partido Republicano Federal. Em 1901 elegeu-se deputado estadual.

Durante o governo de Nilo Peçanha assumiu o Ministério da Guerra. Alcançou a patente de Marechal. Tornou-se fundador do Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico do Paraná. Seu último cargo foi o de ministro do Superior Tribunal Militar. Faleceu no Rio de Janeiro em 1º de junho de 1919.

Biografia: História biográfica da república no Paraná, de David Carneiro e Túlio Vargas, 1994.